sexta-feira, 14 de julho de 2017

AS PENEIRAS DO MESTRE H,,,,

Meia-noite em ponto! Mais uma jornada na construção do Templo terminara. Cansado por mais um dia, Mestre H recostou-se sob o frescor do Ébano para o tão merecido descanso. Eis que, subindo em sua direção, aproxima-se seu Mestre Construtor predileto, que lhe diz:
– Mestre H... Vou lhe contar o que disseram do segundo Mestre Construtor...
H com sua infinita sabedoria responde:
– Calma, meu Mestre predileto; antes de me contares algo que possa ter relevância, já fizeste passar a informação pelas "Três Peneiras da Sabedoria?
– Peneiras da Sabedoria??? Não me foram mostradas, respondeu o predileto!
– Sim... Meu Mestre! Só não te ensinei, porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção: tudo quanto te disserem de outrem, passe antes pelas peneiras da sabedoria e na primeira, que é a da VERDADE, eu te pergunto: tens certeza de que o que te contaram é realmente a verdade?
Meio sem jeito, o Mestre respondeu:
– Bom, não tenho certeza realmente, só sei que me contaram...
H  continua:
– Então, se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira peneira e repousa na segunda, que é a peneira da BONDADE.  E eu te pergunto:  é alguma coisa que gostarias que dissessem de ti?
– De maneira alguma Mestre H... Claro que não!
– Então a tua estória acaba de passar pelos furos da segunda peneira e caiu nas cruzetas da terceira e última; e te faço a derradeira pergunta: achas mesmo necessário passar adiante essa estória sobre teu Irmão e Companheiro?
– Realmente Mestre H, pensando com a luz da razão, não há necessidade...
– Então ela acaba de vazar os furos da terceira peneira, perdendo-se na imensa terra. Não sobrou nada para contar.
– Entendi poderoso Mestre H. Doravante somente boas palavras terão caminho em minha boca.
- És agora um Mestre completo. Volta a teu povo e constrói teus Templos, pois terminaste teu aprendizado. Porém, lembra-te sempre: as abelhas, construtoras do Grande Arquiteto do Universo,
nas imundícies dos charcos,
buscam apenas flores para suas laboriosas obras,
enquanto as nojentas moscas,
buscam em corpos sadios as Chagas e feridas
para se manterem vivas.

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